quinta-feira, 2 de setembro de 2010

ÔNIBUS COMO UM AMBIENTE DE APRENDIZAGEM


ANA PATRÍCIA LUNKES, MARISETE SCHMIDT E PRISCILA MARTINS DE MATOS investigaram o uso do transporte coletivo na cidade de SAPUCAIA DO SUL-RS.
As aprendizagens vivenciadas pelos usuários das lotações nas relações motorista – passageiro. Entrevistaram motoristas e usuários.
Motorista: F. de Assis Fagundes Dias ( 14 anos de experiência)
· Quantos ônibus adaptados para pessoas com deficiência a empresa possui dentro de Sapucaia? A Empresa dá algum treinamento para vocês motoristas?
R: Possui 5 micros e 1 ônibus que sai daqui para Porto Alegre. Tivemos treinamento para saber manusear o mecanismo que aciona a rampa para subir / descer as pessoas com deficiências.
· Você acha que o ônibus / lotação é um ambiente de aprendizagem? O que as crianças podem aprender?
R: Sim. Pois a criança aprende tudo, tanto coisas boas quanto ruins. Cabe ensinar coisas boas, a ser educados com os demais passageiros, dar lugar quando for necessário. E acredito que “a educação vem de berço”.
Usuário: M. da C. Fernandes ( 32 anos )
· Como você avalia a qualidade dos serviços prestados pela empresa de ônibus?
R: Acho bom, mas poderia melhorar, pois a passagem é cara e acho que poderiam ter mais lotações em horários de pique. Há falta de segurança também.
· O que você avalia que podemos ter de aprendizado em uma lotação? E o que as crianças podem aprender?
R: Podemos ter como principal aprendizado a questão da educação. Educação com as pessoas de mais idade, ceder o lugar. Acho que as crianças também devem ter este aprendizado dentro da lotação, a respeitar os mais velhos.
A aprendizagem não se dá somente na escola, nos ambientes formais da educação e sim nos ambientes informais e não formais. Hoje se percebe que o entorno é também um meio de educação e aprendizagem para todos, principalmente para as crianças.
Um “passeio” de lotação pode ser de grande aprendizado. Lá se exemplificam diversos valores básicos para a vida em sociedade. Um lugar onde se pode observar que às vezes, nossas dificuldades não são quase nada, perto de alguém que precisa pegar uma lotação com a cadeira de rodas, ou outra deficiência. Onde as crianças aprendem a dar valor também ao que tem em casa, aprendem a estimular a solidariedade aderindo a campanhas como , do agasalho, que todo inverno é feita pela Empresa. Também aprendem a manter a cidade limpa, utilizando as lixeiras existentes dentro do ônibus, evitando que assim se jogue o lixo pela janela ou até mesmo no interior do ônibus.
“ Não se pode deixar que a expansão da cidade seja determinada apenas pelo modelo econômica: é preciso fazer esforços determinados para datá-la de meios que atendam às várias dimensões da vida de seus habitantes e, em especial, que garantam uma infância feliz”
Para saber mais, consulte:
REDIN; DIDONET, INFÂNCIAS: Cidades e escolas amigas das crianças. Porto Alegre: Mediação, 2007, p.31.

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