quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Lugares da minha vida



Tatiele de Andrade

Lembrar alguns lugares marcantes é uma tarefa que nos remete ao passado, nos faz sentir saudades. Por mais simples que sejam alguns deles, me marcaram pelas coisas boas que ali vivi e aprendi.
O primeiro é a sala da minha casa. Lá brinquei muito pois podia viajar por mundos distantes, ser cozinheira, professora, secretária, qualquer coisa que quizesse, sem sair de casa, usando apenas a imaginação. Lembro muito bem de brincar com uma vizinha e montar com ela o nosso restaurante. Enquanto uma “cozinhava”, a outra servia os clientes, e assim passávamos muitas tardes.
Outro lugar que marcou minha vida, tanto na minha formação pessoal quanto profissional, foi a escola onde estudei durante todo o ensino fundamental. Ela se localiza em um bairro simples da minha cidade, Montenegro.
Apesar de ser um local simples, lá havia muita amizade, respeito, alegria e, é claro, estudo. Passei oito anos estudando com pessoas que marcaram a minha vida. É bom lembrar das brincadeiras de corda, das brigas quando as meninas queriam jogar futebol com os meninos e eles não deixavam, quando pegávamos escondidos a matriz da prova da professora de ciências, para podermos passar e da confusão que foi quando fomos descobertos, os jogos de vôlei e futebol nas tradicionais inter-séries e muitos outros momentos.

Relembrar é voltar ao passado para perceber o quanto fomos felizes, ou não, em alguns momentos. E também saber que isto está em nós, na nossa forma de ser e até mesmo em nosso caráter.

RUAS


Como era bom brincar no meio da rua!
Jogar vôlei.
Jogar taco... A bolinha escapava e o jeito era correr atrás.
Mais tarde a bicicleta era minha fiel companheira pelas ruas...que bela sensação de liberdade!
Tempos depois me convenci que caminhadas sistemáticas fariam bem à minha saúde.
Então passei a ver as ruas com outros olhos, observei detalhes, apreciei paisagens, pessoas, situações.
Nas caminhadas refletia e descobria novos cenários, quantas surpresas!
Sigo a fazer caminhadas, mas como o tempo encurta, me aliei ao carro como mais novo companheiro.
Vou e volto para o trabalho, à academia...Outros lugares, percebendo minha cidade de outro ângulo.
Mais pressa, mais agilidade, porém interagindo com prazer nestes espaços por onde transito.

Márcia Regina da Silva
Cidade de Esteio


Algodão doce do tio

Andressa Araujo
Data: 25/08/2008.

Poderia ser um dia como outro qualquer. Porém, existia um acontecimento que o distinguia de todos os outros dias da semana. Era algo que me trazia uma imensa alegria. Durante a semana eu ficava ansiosa e cheia de expectativas até chegar o bendito dia. Sabem de qual dia estou falando? Sábado. Sabem por que? Porque era neste dia que o tio que vendia algodão doce passava no meu bairro. Claro que eu podia comprar qualquer outro algodão doce por aí, mas não nenhum se igualava aquele.
Ao raiar do dia (ou ao raiar do sábado) eu já me preparava para pedir a minha mãe o dinheiro para que eu pudesse comprar o algodão doce. Eu tinha medo de que o tio passasse muito rápido e eu não tivesse tempo de comprar. Então tratava logo de deixar o dinheiro separado para não haver problemas. A ansiedade era grande até hora tão esperada chegar. Normalmente o tio que vendia o algodão doce passava a tarde logicamente porque as mães não deixariam as crianças comprarem doces antes da hora do almoço.
Então à tarde eu já ficava a esperar no pátio do meu prédio com o dinheiro na mão. Lá pelas tantas da tarde eu ouvia uma buzina alta que fazia: - Fom, fom! Que alegria! Era o tio do algodão doce que se aproximava com sua bicicleta-carrocinha, pedalando, pedalando sem parar. Quando ele avistada um bando de crianças correndo e sorrindo sabia que ali tinha que parar.
As crianças eram tantas que o tio ficava quase doido com tanta gritaria. Também todos nós esperávamos por isso a semana toda que era natural a pressa em ganhar o primeiro algodão doce. Eu lembro que ele sempre nos tratava com carinho e um sorriso largo no rosto, muitas vezes fazia algumas brincadeiras para nos fazer rir mais ainda.
Um detalhe importantíssimo, os algodões doces que ele vendia eram feitos na hora. O algodão doce era enorme, cor-de-rosa, docinho e derretia na boca, mais parecia uma nuvem, uma nuvem cor-de-rosa. O que mais me chamava atenção era na forma que ele preparava o algodão doce. Colocava açúcar em uma gavetinha e ligava a boca que ficava em baixo para esquentar o açúcar. Após alguns minutos ele pegava um palito de madeira e começava a passar na parte de cima aonde ia saindo o açúcar já aquecido e assim ia se formando um lindo algodão doce.
Penso que era pelo carinho e a alegria que o tio colocava junto com açúcar para fazer aquele algodão doce que ele tinha um sabor inigualável. Até hoje não sei se nós crianças ficávamos ansiosos pelo sábado para comer ou algodão doce ou para ganhar o carinho daquele tio que nem nosso parente era. Que dia feliz!

(Des) Encontros Marcados nas Paisagens Urbanas



Luciana Sauer Fontana


Podemos pensar as relações que se dão dentro de um espaço geográfico e político, denominado como cidade, de várias formas. Podemos pensá-las como um espaço em movimento, ou, então, como um espaço em que podem conviver “harmoniosamente” múltiplas identidades culturais, religiosas, étnicas, de gênero e outras mais.
Talvez possamos dizer, ainda, que as paisagens urbanas das cidades seriam espaços de encontro de muitas pessoas, seja daquelas que se conhecem ou daquelas que nunca irão se conhecer, mas que compartilham o mesmo espaço diariamente.
Embora os céticos e saudosistas traduzam as paisagens urbanas, chamada por alguns de pós-modernas, como espaços de solidão, penso, ao contrário, que nunca estamos sozinhos, acredito, inclusive, que sempre temos um encontro marcado. E mais, acho que ao fim e a cabo, a solidão não existe, é uma mera invenção daqueles que desprezam as vivências do cotidiano.
Todos os dias temos encontros marcados, nós é que os desprezamos em nome da pressa e de preconceitos das mais diversas ordens. Neste momento, por exemplo, não posso deixar de avisar, aos caros leitores, que suas agendas já estão repletas de encontros, que acontecerão ainda hoje. Estarão se perguntando, agora, como posso prever seus compromissos, se nem mesmo os conheço?
Saliento que, mesmo que tenhamos a sensação de estar só, nas imensas, movimentadas e engarrafadas avenidas urbanas, os encontros sempre podem acontecer, nós é que nunca percebemos. Diariamente, mesmo os mais solitários têm encontros marcados, basta olharem atentamente para o cotidiano. Estou tentando dizer que, ainda que, eu não cumprimente o cobrador do ônibus, o encontro (o vejo) diariamente. Embora eu não saiba absolutamente nada sobre sua vida - além do valor que ele cobra pela passagem -, o encontrarei, sempre que precisar me deslocar do meu bairro até o centro da cidade. Na verdade, fingimos nunca enxergar a Sra. idosa que passa calmamente em frente a nossa janela, mesmo assim nos encontraremos. Mesmo que eu faça de conta que não perceba a existência do vendedor de doces, que aparece todo dia no escritório em que trabalho, nos encontraremos.
Temos encontros marcados em quase todos os espaços da cidade, até mesmo no sinal de trânsito, especialmente quando passeio de carro aos finais de semana. Embora eu prefira fechar o vidro do carro, com receio de ser abordada pelo menino mal vestido e seus malabares, esse encontro sempre acontece. O fato é que encontros sejam eles marcados ou não sempre acontecem, mesmo nas mais agitadas paisagens urbanas, basta olharmos para o cotidiano. A solidão é uma ilusão!

Sabor da infância



Raquel Cristiane Andreis

Mal se pode ver, mas ao vivo, é muito bom de enxergá-la e lembra-me das horas de brincadeira quando criança e das escaladas bem feitas até o topo, não só para pegar a fruta, que é deliciosa , mas pelo desafio. Lá das casas ouço ainda mães preocupadas com as crianças:
-Desçam daí!!! Vocês querem cair e se quebrar?
E nossos ouvidos nem davam bola!! Queríamos mesmo é brincar. E se ameaçados, corríamos e logo voltávamos!!

Assim posso descrever um pedacinho bom que me recordo com carinho, da minha infância. Um pé de goiaba era, uma das tantas, diversões que adorávamos.
Toda vez que hoje vejo um pé desses consigo sentir (o que é mais gostoso) o gostinho de subir numa. As mães das outras crianças ficavam super preocupadas, assim como a minha, quando fazíamos essas estripulias.
Quando falamos sobre vários ambientes de aprendizagem, coisas das aulas, me recordei de tudo que era bom, das experiências vividas. Na caminhada de volta do trabalho para casa, me deparei com uma dessas: Uma árvore linda!
A minha era mais fácil de subir, claro.
Quando passava na rua olhei as árvores que tinha no caminho, várias flores também encontrei, mas a goiabeira, foi especial. Fez-me recordar e sentir a infância, ainda mais quando depois que reparei nela, outro dia, vi dois meninos em cima, pegando as frutas. Olharam-me com espanto e disfarçaram, pois provavelmente já tinham recebido um xingão de algum vizinho!
Pude perceber com essa análise o quanto ficamos “chatos” para as coisas que nós mesmos fazíamos e hoje não deixamos os pequenos fazer. Deixamos que a liberdade (liberdade?) deles seja muito controlada. Temos que reaprender a viver e olhar de outra forma os perigos que as crianças correm, deixando-as livres para viver a infância com sabor e intensidade.

Caminhos de minha vida



Fátima Franciele de Oliveira
Na minha infância não costumava a realizar viagens para lugares longes e turísticos. Porém visitei alguns lugares que ficaram guardados em minha memória.
Recordo – me de minha viagem à praia na adolescência, embora já tivesse ido quando criança. Ah! Eu adorava ir à praia, tomar banho de mar e brincar na areia, mas o que mais me fascinava era o nascer e o por do sol. Era um momento tão especial que ao mesmo tempo em que sentia vontade de estar sozinha, queria compartilhar com todos que estimava.
Outro lugar que ficou em minha memória foi a viagem para Foz de Iguaçu. Dessas viagens não guardo tantas lembranças positivas. Foi uma viagem realizada em forma de excursão, organizada pela igreja que minha mãe freqüentava. Crianças iriam ao colo e dormiria no corredor do ônibus, a hospedagem era de difícil acesso, essas e outras coisas me incomodam muito. Tudo parecia muito turbulento e agitado pra mim. O ponto positivo da viagem foram as imagens lindas avistadas da janela do ônibus e um carrinho de picolé que ficava ao lado da igreja. Ele custava R$ 0,30, o que me permitiu comer muitos.
Outro lugar foi o meu primeiro passeio de trem, realizei com meu pai. Foi muito divertido, almoçamos em Porto Alegre. O que mais me deixou preocupada era que meu pai dormiu na viagem e eu o chamava todo tempo com medo de irmos para o lugar errado, mas o resto foi divertido.
Outro lugar que me marcou muito também foi a casa de minha avó materna, na qual vivi grandes momentos da minha infância, com primos.
A primeira vez que fui a um parque de diversões também marcou muito; a euforia era tão grande que estava a uma quadra de distância do parque quando estávamos chegando, mas perecia que era uma cidade inteira que precisava caminhar para chegar.
Passado um pouco a infância fui pela primeira vez a Santa Catarina com amigos em forma de excursão também, ver o mar foi o mais marcante, pois a água era tão limpa que não parecia ser real.
Depois de alguns anos fui a uma cidade chamada Coronel Bicaco, cidade pequena na qual o que mais me chamou a atenção era a distância do centro que podia ser realizada a pé.
Gramado e Canela em épocas de natal também foram marcantes. É o mundo de luzes mais bonito que já vi.
Mas de todos os lugares que ficaram registrados em minha memória apenas uma me faz recordar com tantos detalhes e que dificilmente esqueço por um período longo. Para mim recordo de um lugar triste, de morte, e até os aromas que ali senti recordo como o da grama molhada... Foi o passeio com amigos a um balneário. Fomos para nos divertir, mas um colega que não sabia nadar jogou-se na água, porem ninguém mais sabia nadar, então assistimos a morte dele sem nada poder fazer, pois não havia como pedir socorro num lugar deserto no meio do mato. O marcante foi o ouvir pedir ajuda e nada poder fazer...

Meu caminho


Fátima Franciele de Oliveira

Meu caminho é longo, quando não pego dois, pego um. É o ônibus que me leva ao meu destino. Na viagem pessoas sobem e descem, há conversas e risadas, porém de fora é apenas um ônibus. E quem está dentro do ônibus, vê lá fora tudo o que se quer ver.
Há pessoas a caminhar e correr em ruas largas e estreitas, com e sem calçadas. As pessoas param em grandes árvores para recuperar o fôlego. Nas calçadas há gramados com floreiras lindas, mas também há algumas com pisos brutos sem vida. No caminho vejo casas, apartamentos e até cemitérios. O ônibus sobe e desce... Quando sobe, vejo em dias de serração, as gotas de orvalho caindo e quando desce curto mesmo é o embalo do ônibus sem precisar trocar a marcha.
No meu caminho há lugares que me fazem sonhar e lugares que prefiro nem recordar. Esse caminho conheço até de olhos fechados, e posso me guiar apenas pelo ronco do motor.

Um dia ensolarado



Fátima Franciele de Oliveira


Guardo em mim uma imagem boa, porém de uma sensação angustiante. È a visão do mar, em um meio dia quente, no qual as pessoas iam dizendo até logo à praia, para um repouso ate à tardinha. Porém eu e meu irmão deixamos de lado o “até logo” e continuamos brincar a beira mar, embora o sol estivesse quente, muito quente...
A imagem era linda, pois à medida que as pessoas se iam, sentia-me cada vez mais livre e dona de toda aquela maravilha. Mas as horas iam passando e no mar só as ondas brincavam agora, e na areia apenas pegadas e rastros ficaram. Então veio em mim a angústia e o questionamento... Por que todos já se foram e apenas nós aqui a desfrutar do mar?! Meus olhos de medo dirigiram-se a meu irmão mais velho, como se eu gritasse... E agora?! Todos se foram, e nós?! A sensação de abandono era de ambos, mas meu irmão manteve-se como responsável por ser mais velho, me abraçou e disse – Vamos sentar esperar... Ele virá. Eu estava confusa, ele preocupado, mas confiante de que a solução chegaria e tudo em breve estaria resolvido. Passamos então a brincar em uma pequena praça com poucos brinquedos enferrujados em frente ao mar. Lembro-me que o sol estava tão quente que o escorregador deixava a pele ardida. E quando já estávamos cansados de brincar de nada e com nossas barrigas a conversar de fome, meu pai aparece... Ele havia se esquecido de nós. Guardo essa lembrança de uma imagem linda, na qual pude viver a sensação de liberdade, porem arraigada de medo e abandono. Foi o sol mais quente de todas minhas visitas ao mar.

O MAR


O mar
Vivian Cristina Rosa de Farias
01/09/08

Sou uma apreciadora da beleza do mundo. Da beleza natural. Daquilo que Deus nos deu para que percebamos a sua existência. A beleza das flores, a força e determinação das árvores, o desenho das nuvens, a cheiro da terra, a velocidade do crescimento da grama, a força e, às vezes, fúria do vento, o brilho das estrelas e a energia do sol que até de noite, através da sua amiga lua, nos manda a sua luz e beleza. Isso tudo sem falar nos animais, em seu instinto ou sabedoria, dependendo da forma como os vemos.
Mas de todas essas coisas há aquela que, para mim, mostra maior beleza, força e determinação. É lá, na beira do mar, onde me sinto revigorada. É lá que me sinto mais próxima de Deus.
Vivo em uma “selva de pedra”, onde as pessoas preocupam-se com o trabalho, com as contas a pagar, com o salário (será que vai chegar até o final do mês?), com os compromissos, com a faculdade. Nisso tudo a beleza fica camuflada entre prédios, asfaltos, carros, fumaça, pessoas com fome, com pressa, com dor e com pouca vida em suas vidas. Também me incluo em tudo isso, não estou alheia ao ciclo viciante do mundo globalizado. Mas quando percebo que a “selva de pedra” está me engolindo é que me volto à beleza. E se há tempo, dinheiro e luz vou ao mar.
A beira do mar penso, oro e contemplo. As águas são persistentes em seu ir e vir constantes. Para mim o mar é vida e morte. Vida, pois refresca, energiza, fortifica, enriquece e empobrece. Morte, pois enfurece, polui, recua e engole.
Para mim, Deus se mostra forte à beira do mar, é lá que a vida borbulha dentro de mim.

UM LUGAR NO ESPAÇO


Questões relativas a espaço, lugar e ambiente são atravessadas por construtos sociais e
culturais, marcados portanto por elementos simbólicos, ou seja, por atribuição de sentidos
humanos. Quando pensamos em ambiente, tanto podemos pensar nos aspectos físicos de um
espaço, como as cores, as formas, os objetos, os materiais, as dimensões, como podemos
pensar nos humanos, nos sujeitos que ali estão, que compõem e produzem aquele cenário,
mesmo que durante um determinado tempo.
Mas será que é somente isso que compõe um ambiente de aprendizagem? (CHAIGAR, CHAIGAR, REDIN 2008)

AVOZINHA GAROA VAI CONTANDO...

Marita Redin
AVOZINHA GAROA VAI CONTANDO...
Mário Quintana
Avozinha Garoa vai contando
Suas lindas histórias, à lareira.
" Era uma vez...Um dia...Eis senão quando...
Até parece que a cidade inteira
Sob a garoa adormeceu sonhando...
Nisto, um rumor de rodas em carreira...
Clarins, ao longe...( É o Rei que anda buscando
O pezinho da Gata Borralheira)
Cerro os olhos, a tarde cai, macia...
Aberto em meio, o livro inda não lido
Inutilmente sobre os joelhos pousa...
E achuva um'outra história principia,
Para embalar meu coração dorido
Que está pensando, sempre, em outra cousa...

Como um dia de chuva pode ser diferente

A chuva existe para matar...
Inácio Danta

A chuva existe para matar a sede do solo,
alimentar a vida e renovar o sangue da natureza.
O sol para romper a treva,
aquecer a terra e fazer o parto das sementes.
A lua para incandescer a terra,
pratear o céu e revelar o caminho das estrelas.
As coisas feias para realçar as bonitas.
As erradas para valorizar as certas.
As pequenas para permitir espaço às grandes.
A inteligência para sobrepor-se à ignorância.
A força para proteger a fraqueza.
A alegria para sufocar a tristeza.
A amizade para aproximar e unir pessoas.
O perdão para redimir o erro.
A paz para extirpar a guerra.
O amor para abrandar o ódio e unir toda a humanidade!


Como um dia de chuva pode ser diferente
As gotas de chuva caiam e formavam lindas bolas no chão de terra. Ao caírem, elas se espalhavam formando pequenos charcos em buracos existentes no solo. Os alunos da UNISINOS fugiam, com medo de se molhar e ninguém parava para ver aquele lindo cenário de gotas que caiam e formavam pequenos lagos, apenas uma pequena turma de ambiente de aprendizagem explorava as belezas da natureza.
Dia 18 de Agosto de 2008 - 9 horas.

A chuva nas minhas lembranças
Tatiele de Andrade

Quando estava nas séries iniciais do Ensino Fundamental e estudava no período da tarde, os dias de chuva tinham um gosto especial. Quando eu chegava em casa, tomava um banho quente, e depois ia tomar um leite quentinho que minha mãe fazia para mim. Boa lembrança

CHUVA DE ALGODÃO
Mara Thomas

setembro 2008
Era madrugada do dia 24 de agosto. Acordei assustada, parecia que o teto vinha abaixo, que o telhado estava sendo metralhado por algo muito forte que vinha do céu. Levantei-me e fui à porta que dava para a cozinha. Parei estarrecida, pois na parte que era garagem, e sobre o assoalho de piso, confundiam-se entre as cores brancas o que era lajota e o que era o fenômeno da natureza. Um tapete de bolinhas vertia do ralo, integrando-se e formando um enorme tapete branco. Dirigi-me a janela, olhei e a grama que era verde como a relva, também havia sumido, mas um tapete se formava. Por alguns minutos, na madrugada, fiquei ali admirando uma obra divina, formada pela natureza, obra de DEUS, uma chuva forte de pedra que ao mesmo tempo se transformava em um tapete branco como a neve, uma chuva de flocos, uma chuva de algodão.

São seis horas da manhã, de uma segunda-feira qualquer. Que delicia dormir ao som da chuva batendo no telhado e saber que, dentro de alguns minutos, quando abrir a janela, verei a grama do pátio, da minha casa, mais verde do que nunca. Logo em seguida abro os olhos, enfim é hora de acordar. Olho para o lado e observo meu filho pequeno, de quatro anos, ressonar. Do outro lado da cama, está o meu esposo, que, também, adora dormir ninado ao som da chuva. Entretanto, neste momento em que tudo parece estar em paz, sou assoberbada pela mais cruel das dúvidas: Acordo-os para me levarem até Universidade? Ou, quem sabe, me aventuro a passear pelas poças d´água, proporcionadas pelas muitas horas interruptas de chuva? Então, após alguns segundos de inquietação, finalmente tomei minha decisão e a anuncie bem baixinho: Durmam, pois eu vou de ônibus, se estiver chovendo, na volta, eu ligo para me apanharem. Findada a aula, me dirijo ao ponto de ônibus – ainda estava chovendo - e penso: Ligo para me apanharem ou retorno de ônibus? Optei por retornar de ônibus. Prestem atenção, agora vem grande surpresa da história. Chegando em casa, meu prato já está sobre a mesa me esperando, a comida pronta para ser saboreada, a casa arrumada e tudo em silêncio. Perguntaram meus interlocutores: Onde estariam seu esposo e seu filho, na hora do almoço, de um dia de chuva?
É claro, lá na Universidade me esperando, para que eu não me molhasse. Essas são apenas algumas das agradáveis surpresas, que só um dia de chuva poderia me proporcionar...

Chuva...Chuva!

Chuva...

Água que cai do céu às vezes branda, às vezes brava. Chuva que no inverno nos aconchega e em dias quentes nos refresca. Chuva que cai em gotas pura e cristalina. Água que nos dá vida. Todos os seres de ti dependem seja humano, seja animal ou vegetal sem a sua existência as nossas vidas não seriam igual. O aroma que exala quando a terra você toca. O colorido que resplandece no céu quando o sol você encontra. Chuva que pode nos trazer tristeza ou melancolia, mas que por muitas vezes nos traz bênçãos e alegrias.
Andressa Araujo

CHOVE NA UNIVERSIDADE...

As imagens foram coletadas pelas alunas de Ambiente de Aprendizagem numa manhã de chuva. A Mayana Redin fez a edição. Muitas histórias e registros surgiram depois...

ESPAÇOS-LUGARES-AMBIENTES: A Cidade como palco para ensinar-aprender

“O que dá sentido a um espaço como lugar, além dos elementos sensoriais como cheiros,
cores e sons, por exemplo, são as memórias. Estas permitem dizer que aquele espaço é
atravessado por vários tempos que podem ser narrados (e amarrados) por imagens, sensações
ou até mesmo enredos.
São as memórias que nos remetem para os lugares. Somente podemos revisitá-los se
estiverem povoados por memórias ou, dizendo de outra forma, tornam-se lugares, e não
somente espaços, se produzirem algum sentido e forem constituídos numa relação humana,
que é ao mesmo tempo individual e coletiva.

Sendo assim, partindo dessas pluralidades de seres, contextos e espaços-lugaresambientes,
como aqui estamos denominando os múltiplos locais de convivências e
influências, que se dão ao mesmo tempo no cotidiano e ao longo da vida - cujos marcos são
assentados pela memória - é que podemos pensar em experimentações que, na formação de
professores, podem contribuir no desvelamento de ambientes de aprendizagem, para além dos
delimitados pelas paredes (tradicionais) das salas de aula.
Esse descortinamento é parte também do processo da politicidade docente, aquela que
Freire (1997) percebe ser a liga entre o professor, o lugar e o mundo, dando corporeidade às
dimensões éticas, estéticas e políticas da profissão. Compromisso que é simultaneamente com
o local e o global”. ( CHAIGAR; CHAIGAR, REDIN, 2008)

I Encontro Internacional de Ciências Sociais/ III Encontro de
Ciências Sociais do Sul: DEMOCRACIA, DESENVOLVIMENTO, IDENTIDADE
Pelotas/RS – UFPel – 9 a 11 de abril de 2008