segunda-feira, 30 de agosto de 2010

As crianças e a cidade

No ano de 2008, Márcia e sua turma de Educação Infantil, realizaram um projeto sobre a cidade. As crianças descobriram, por exemplo, que uma cidade tem um prefeito e que podemos conversar com ele. Diante de tal possibilidade, as crianças com a ajuda da professora, eleboraram uma carta para o prefeito, dizendo oque gostam e o que não gostam na sua cidade.

A cidade que queremos
(Cidade das crianças)

Toda cidade é formada de espaços onde as pessoas podem caminhar andar de carro, correr e atravessar a rua.

Uma cidade possui ruas, prédios, lojas, mercados, escolas, pessoas e praças.
Existe uma pessoa que cuida de tudo isso, que é o prefeito, o qual, gostaríamos de conhecer e falar tantas coisas que poderia ter em uma cidade para todos sermos mais felizes.
Uma cidade para ser de todos, tem que ter muitas lixeiras e as pessoas cuidando para não colocar o lixo na rua, nem no rio, assim os peixes não morreriam mais.

As crianças também tinham que ter o direito de brincar livre nas ruas e os ladrões não deveriam existir.
Os espaços devem ser mais largos onde as crianças possam caminhar ao lado de seus pais e não ter que sempre ir ao colo, como por exemplo, na ponte velha do Rio dos Sinos. Onde as pessoas caminham o espaço é pequeno e gostaríamos de ir caminhando para olhar o rio.
A cidade que queremos deve ter muitas calçadas, praças, muita grama bem cuidada e muitas flores para enfeitar as ruas.

Na cidade deve ter emprego e escola para todos.
Deve ter lojas e shopping e todos têm que ter condições de comprar, por isso os preços devem ser mais baixos.
Nós somos crianças, mas também fazemos parte dessa cidade e queremos ajudar a construí-la, pois as crianças também têm idéias e sabem o que é melhor para todos.

"Se reconhecermos à criança a competência, se para ela desejarmos a autonomia de que ela precisa, e se nos convencermos de que a criança pode ser uma grande aliada para a mudança real e radical da cidade na perspectiva de uma nova cultura da infância a pergunta será: como a criança pode ajudar os adultos? Esse é o sentido do projeto “A cidade das crianças”, esse é o cerne da nossa filosofia de governo da cidade: assumir a criança como parâmetro para garantia de todos os cidadãos, a partir dos mais fracos, na certeza de que, se uma cidade for adequada às crianças, será uma boa cidade para todos". (Tonucci, 2005, p.209).

Somos alunos da Escola de Educação Infantil Bem Me Quer, da turma infantil III-B.

Amamos nossa cidade e queremos ajudar a cuidá-la pensando em todos.

OBS: Carta das crianças ao prefeito de São Leopoldo (Entregue ao prefeito, pelo grupo de crianças da Escola Bem-me-quer, em 2008)

MARCIA DE MENEZES BENVEGNU

domingo, 29 de agosto de 2010

APRENDIZAGEM EM MUSEUS: MUSEU DO TRABALHO, MUSEU DO BRINQUEDO E MUSEU DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA







Adriana Sulzbach; Leila; Mônica Takagi ; Priscila Silveira; Sandra Souza; Shana Conzatti

Conforme Kramer (1998, p.210) “no museu, o mais importante não é o que vemos, mas que possamos construir um modo de olhar com que a razão e sensibilidade aliadas teçam uma maneira crítica e sensível de ver as coisas e de compreender suas histórias”. A autora afirma (1998, p.211) “o museu não é lugar de ensinar a cultura, mas, sim, lugar de cultura”.
Nos interessamos em saber como acontece a aprendizagem em museus, por serem ambientes freqüentados pelas escolas.
Tínhamos como propósito observar, em diferentes museus, como as crianças aprendem e quais as possibilidades de descobertas nesses ambientes. Identificar qual o público que freqüenta esses museus e qual a importância de trabalhar comesses espaços culturais.


Visitamos três tipos diferentes de museus, localizados em Porto Alegre:
O MUSEU DO TRABALHO, O MUSEU DO BRINQUEDO E O MUSEU DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DA PUCRS
Perguntamos para crianças de todas as idades, que lá encontramos e também para algumas crianças que já os visitaram há algum tempo, o que lembravam desses museus.

MUSEU DO TRABALHO
O museu propõe relatar a história do trabalho. Localiza-se no centro de Porto Alegre, com fácil acesso. A entrada é gratuita. O acervo está disposto em quadros e prateleiras, as quais não se pode mexer. Existe o Teatro do Museu, onde ocorrem teatrinhos e apresentações para escola. Há possibilidade das escolas visitarem esse museu e a programação dos teatros encontram-se na internet. Achamos o museu um tanto escuro. Não conseguimos recolher impressões e falas de crianças, pois no dia que o visitamos, apesar de ser num final de semana e o tempo estar agradável, não havia ninguém visitando o museu. Talvez pela pouca divulgação do mesmo. Entendemos que o museu é bastante interessante e que se o conteúdo for estimulado pela professora, as crianças podem gostar e aprender muito nas visitas.
O Museu do Trabalho é um excelente ambiente de aprendizagem, onde as crianças podem ter contato com as memórias do cotidiano de nossos pais, avós e bisavós, retomando suas histórias, a tradição e a cultura.

MUSEU DO BRINQUEDO
Está localizado no centro de Porto Alegre, dentro da Casa de Cultura Mario Quintana. A entrada é franca. O espaço é pequeno então não se podem levar muitas crianças por vez. Durante à tarde estão disponíveis brinquedos antigos e jogos para que as crianças brinquem com o auxílio de um responsável pelo museu. Os brinquedos estão expostos em caixas de vidro, onde são classificados pela data.
O museu propõe mostrar os brinquedos que eram utilizados pelas crianças de três gerações.
MUSEU DE TECNOLOGIA DA PUC
Localiza-se na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS. O objetivo é despertar o espírito científico, a curiosidade e o gosto pelas ciências. Não se trata de uma coletânea de objetos do passado. São centenas de experimentos interativos para explorar, observar, tocar, ouvir, comparar e criar, verificando como as coisas acontecem ou como os seres se comportam. É uma forma atraente e lúdica de aprender.
Desta forma, o museu se propõe a ensinar os conteúdos vistos na escola e outros, de uma maneira divertida, e que estimula a criatividade das crianças e adultos, passando a idéia de aprender brincando.
O público que freqüenta o museu é misto; são encontradas todas as idades, mesmo na ala infantil. Podem ser agendadas visitações para escolas. É cobrado ingresso. Crianças até 12 anos, idosos acima de 60 anos e turmas de escolas, ganham desconto.
As crianças que entrevistamos mostraram-se encantadas com o museu. Algumas pareciam tão deslumbradas que não sabiam para onde ir e relataram que gostaram de várias coisas. O museu tem tantas opções que não sabiam dizer o que mais tinham gostado. Mesmo os adultos pareciam que estavam num parque de diversões.
O que pudemos perceber que o Museu de Tecnologia é um local com infinitas possibilidades, mas se não for organizado com as crianças o que elas tem que observar, elas ficam andando e mexendo nos objetos sem saber muito bem o que e porquê.

Podemos perceber a partir de nossas visitas, que os museus são ambientes de ricas aprendizagens, pois de modo geral trazem aspectos da cultura, da história e de conhecimentos que as crianças estão vivenciando no seu cotidiano ou de memórias relatadas por gerações anteriores. Trabalhar com museus pode ser uma estratégia para aproximar as gerações da mesma família. Pode ser uma forma de conhecer a história dos antepassados, estados e cidades.
Uma dificuldade encontrada em alguns museus é que o acervo está disposto de forma que não pode ser tocado, e as crianças muitas vezes acabam achando um pouco cansativo, mas se forem questionadas e orientadas podem aprender e se divertir bastante.

¢ KRAMER, Sonia; LEITE, Maria Isabel Ferraz Pereira. Infância e produção cultural. Campinas: Papirus, 1998.